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Nota de apoio às/aos estudantes da UEL

Os governantes farão de tudo para não perder seus privilégios. No massacre de 29 de abril, o serviço de inteligência da Secretaria de Segurança Pública sequestrou 4 estudantes da Universidade Estadual de Londrina (UEL), com o intuito de criminalizá-los como “grupos radicais infiltrados”, ou black blocs. A violência cometida durante as prisões foi enorme e a única mulher presa foi torturada pela polícia.

As imagens do Centro Cívico, banhadas em sangue e gás, correram o mundo, e a classe dominante usou seus instrumentos para tirar os holofotes do governador do Estado do Paraná, Beto Richa, e do então secretário de segurança pública, Fernando Francischini, acusando manifestantes pela violência. A absurda Secretaria de Segurança Pública realizou coletiva de imprensa onde divulgou imagens de estudantes da UEL preparando misturas contra gás lacrimogênio e spray de pimenta, afirmando que seriam bombas caseiras que causariam queimaduras. Também citou o Coletivo Quebrando Muros e o coletivo Antifa 16, chamando todos de grupos radicais, esperando assim justificar a violência cometida contra as servidoras e servidores públicos estaduais.

proteçao

A mentira não chegou a durar 24 horas. Mesmo a mídia burguesa, que havia veiculado imagens de estudantes da UEL e da página do Quebrando Muros, não pôde deixar de desmentir as calúnias veiculados pelo serviço de inteligência do Estado. Vários depoimentos, inclusive da Reitora da Universidade Estadual de Londrina, desmentiram as acusações de que estudantes fabricavam bombas. As denúncias de tortura também tiveram que ser publicadas.

Com o poder político abalado, o secretário de Segurança Pública Francischini e o secretário de Educação perderam seus cargos. Quem assumiu a secretaria de segurança foi o antigo responsável pela inteligência, Wagner Mesquista, o mesmo que realizou a coletiva em que criminalizava estudantes da UEL, o Coletivo Quebrando Muros e o Antifa 16!

O Estado é um instrumento de dominação, independente de quem ocupe seus cargos. Trocar secretários ou governantes não mudará essa relação, mas é prova pública de que a luta do povo organizado pode transformar a realidade.

Devido à enorme pressão popular, o Ministério Público de Contas do Paraná pediu a suspensão imediata da lei que rouba a previdência de servidores públicos. É hora de seguir firme nas mobilizações para revogar o projeto aprovado no dia 29.

O Coletivo Quebrando Muros declara total apoio à Greve Estudantil na Universidade Estadual de Londrina e às demais universidades estaduais. Entendemos que o momento é favorável para as mobilizações crescerem e nos mantermos firmes contra a repressão e a criminalização dos movimentos sociais. Vamos seguir acumulando forças e unindo as lutas. Não nos intimidaremos!

Mentiras não passarão! Todo apoio a quem luta!

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Mais informações sobre a Greve Estudantil da UEL em https://www.facebook.com/greveestudantiluel

Protestar não é crime – Criminoso é o Estado!

Depois da maior repressão ao funcionalismo público da história do Paraná, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SESP) quer encontrar um bode expiatório para “justificar” o massacre ao movimento de luta que resiste ao desmonte da educação e da previdência dos servidores públicos do Paraná. No dia 29 de abril de 2015, no Centro Cívico de Curitiba, a polícia atacou e feriu centenas de trabalhadores, trabalhadoras e estudantes. Mas o Estado quer culpar alguém por ter começado o dito “confronto”.

Quem tentou impedir a votação desse projeto de lei absurdo, que acaba com a previdência dos funcionários públicos, foi o movimento de luta composto por professores, professoras, agentes penitenciários, funcionários da saúde e educação e estudantes. Não foram grupos ‘radicais’ que protagonizaram a luta direta contra os ataques do governo – como Francischini afirmou em coletiva de imprensa, foram os próprios trabalhadores, trabalhadoras e estudantes, afetados diretamente por tais ataques.

No mês de fevereiro quem impediu que o ‘pacotaço de maldades’ fosse votado a toque de caixa pela Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (ALEP) foi a ação direta dos trabalhadores e estudantes que, por meio da ocupação daquela casa, levou à retirada do projeto. Desta vez foram, novamente, os próprios trabalhadores e estudantes que resistiram até o fim contra o PL da Previdência.

Agora, querem acusar os ‘black blocs’, o movimento Antifascista e o Coletivo Quebrando Muros de serem grupos criminosos, mas os verdadeiros responsáveis por esse massacre são Beto Richa, Fernando Francischini e todo braço do Estado (PM, CHOQUE, BOPE, cachorros treinados, atiradores de elite, cavalaria, helicóptero) que nos atacaram com jatos d’água, spray de pimenta, cassetetes, balas de borracha, chutes, socos, bombas de gás lacrimogênio vindas de todos os lados, inclusive do helicóptero, não preservando sequer as crianças da creche que fica ali perto.

Quem começou o ataque foi o próprio Governador Beto Richa quando, por meio da PL 252/2015, atacou o direito à previdência dos servidores do Paraná, e os deputados que votaram favoráveis a esse projeto de lei. O governador se utilizou do maior contingente policial da história do Paraná para reprimir o movimento social.

Foram milhares de pessoas indefesas contra uma artilharia de guerra. Apenas um lado dessa ‘guerra’ tinha armas, o que houve não foi um confronto mas sim um massacre. Centenas de pessoas desmaiaram, ficaram feridas, perderam parte da audição, parte da visão e estão de cama até agora. Além dos milhares de trabalhadores e trabalhadoras que vão ter sua previdência destruída.

Entendemos que não foi por acaso que escolheram justo os libertários e anarquistas para serem bodes expiatórios. Há muito tempo na história da humanidade o anarquismo é erroneamente confundido como sinônimo de baderna e desordem. Entretanto, os libertários compõem um setor dos trabalhadores oprimidos que se organiza para combater toda forma de dominação e exploração. O governador Beto Richa e o seu secretário de segurança Fernando Francischini querem se aproveitar do erro banal do senso comum para colocar na cabeça do povo que a culpa do massacre não é deles, mas nossa! Eles querem usar desse jogo para tirar de foco o massacre do dia 29 de abril!

Hoje, mais de 90% da população paranaense apoia a luta dos professores e a popularidade do governo está em baixa. O governador não vai enganar o povo dizendo que usou de toda aquela força para reprimir ‘black blocs’. O povo sabe por meio da mídia alternativa e dos diversos vídeos que deixam claro que criminalizar “grupos radicais” não passa de mentiras e enganação.

Não nos deixaremos abater! Buscamos derrubar os muros que isolam e alienam todos e todas nós da realidade que nos cerca. Nós, do Coletivo Quebrando Muros, somos um coletivo libertário que atua no movimento estudantil de diversas faculdades e universidades paranaenses; somos professores estaduais do Paraná atuantes no movimento sindical; construímos um movimento comunitário por moradia digna para todas e todos e fazemos diversos trabalhos sociais como hortas agroecológicas, alfabetização de adultos, cursinhos pré-vestibulares e cirandas de educação infantil.

Somos estudantes e trabalhadores que lutam por movimentos construídos horizontalmente, com protagonismo do povo e sem líderes ou patrões. Estamos em defesa da educação, da saúde e do transporte públicos, estamos e vamos continuar na luta contra todas as formas de dominação e opressão que sofremos; nós, trabalhadores, estudantes, mulheres, homossexuais, negros, pobres da periferia.

Nenhum passo atrás!
Nenhum direito a menos!
Não à criminalização dos movimentos sociais!

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