Via: Frente de Mobilização Estudantil do Paraná
O movimento estudantil experimentou mais uma vez o descaso e desonestidade da Reitoria. Há 2 semanas, no dia 23 de junho, a Frente de Mobilização Estudantil do Paraná (FMEP), juntamente com o DCE, protocolou, em ato, na Reitoria um documento com as pautas estudantis retiradas em assembléia. Essas pautas dizem respeito principalmente a recuperar a assistência estudantil que temos perdido esse ano: fechamento ou falta de alimentos do RU, atrasos e cortes de bolsas e outros cortes de verbas que afetam nossas condições de ensino.
Ficamos horas esperando o chefe de gabinete, já que ele não estava no horário que havia nos informado que estaria . Ele assinou um documento se comprometendo a marcar uma reunião aberta em no máximo 10 dias para discutir e negociar as pautas. Esse prazo era muito importante pois, em breve, entrariam as férias e a participação estudantil seria muito prejudicada.
Passaram-se os 10 dias e não obtivemos nenhuma resposta ou informação com respeito a essa reunião. Desse modo no dia 7 de julho, a FMEP chamou um novo ato para denunciar a negligência da Reitoria e exigir que nossa reunião fosse realizada. A funcionária que nos recebeu, vice-chefe do gabinete, disse que a reunião havia, sim, sido marcada e nós é que não havíamos comparecido. Explicamos que não recebemos nada e pedimos que ela nos mostrasse o e-mail em que a Reitoria marcava a reunião, ao que ela respondeu que não tinha acesso a ele no momento, mas que nos mandaria depois. Deixamos novamente o contato da FMEP e ela se comprometeu em conversar com o Reitor Zaki Akel e confirmar uma reunião para a primeira semana de Agosto, quando o semestre letivo terá iniciado e a participação estudantil possa ser novamente garantida.
O ato, então, estava se encerrando, qual não foi nossa surpresa ao descobrir que o DCE estava, naquele mesmo momento, em reunião com a PRAE para negociar justamente as pautas estudantis retiradas em assembleia e protocoladas no ato anterior. Ao serem confrontados, os integrantes do DCE disseram que a reunião havia sido marcada de última hora (meio-dia) e que eles não viram a necessidade de informar a FMEP, pois eles eram suficientes para representar os estudantes. Pedimos, então, para a pró-reitora Rita de Cássia Lopes que nos recebesse para pelo menos nos informar sobre a reunião que haviam feito, entretanto ela respondeu que a negociação seria feita apenas com o DCE e que nós deveríamos nos dirigir a eles.
Nos reunimos, então, apenas com o DCE, que nos repassou o que foi discutido na reunião, que consistia em justificativas da reitoria e afirmação da inviabilidade da maior parte de nossas pautas. A reunião se encerrou com o DCE se comprometendo a repassar para a FMEP e os CA’s a relatoria da reunião com a PRAE e a participar da próxima reunião da FMEP, dia 14 de julho, terça-feira, às 15h na reitoria para pensar conjuntamente os próximos passos e incluir a FMEP nas negociações com a Reitoria.
A Frente de Mobilização Estudantil do Paraná é uma organização aberta, que se formou em meios às mobilizações de greves nas universidades estaduais e federais, e que reúne estudantes da UFPR, UTFPR e UNESPAR. Em Assembleia Geral dos Estudantes da UFPR, foi deliberado que a FMEP seria o polo de organização para os assuntos e pautas pertinentes ao estado de mobilização estudantil. O DCE, por sua vez, se dispos a não simplesmente articular o movimento com a FMEP, mas compô-la.
Acreditamos que o movimento estudantil deve ser feito da forma mais democrática e representativa possível. Afinal, quem melhor para nos representar do que nós mesmos? Insistimos para que as negociações sejam feitas pela Frente de Mobilização Estudantil do Paraná, pois é uma frente aberta a qualquer estudante e realiza suas deliberações e discussões de forma coletiva e democrática. Não é por acaso que a Reitoria se recusa a negociar com todo o movimento estudantil e o faz exclusivamente com um DCE que tem se colocado cada vez mais afastado do restante dos estudantes da UFPR. No que diz respeito à Reitoria, que outra vez tentou nos enrolar dizendo que “agora nao dá, mas retornamos depois pra vocês”, estamos certos que se trata de jogo político. Resta saber se a gestão do DCE também está jogando por seus interesses em detrimento do interesse da base estudantil ou se se trata de uma imensa desorganização, já que novamente o DCE está se mostrando um instrumento que mais atravanca do que potencializa a organização estudantil de luta.